O Madison Internacional, era um pavilhão de cimento com um palco irrisório, onde tocavam musica popular sul americana. Haviam mesas espalhadas à volta de um recinto onde se deveria dançar. O espaço era desprovido de qualquer decoração. A assistência, nas suas melhores roupas, preocupava-se em saber quem ia entrando.
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Haviam diversos casais, de idades diferentes, como era costume ver-se naquela cidade. Mulheres de 60 com jovens de 20 e, vice-versa. Algumas familias completas de 3 gerações e, pouco mais. Uma câmara de televisão gravava o evento.
A Christina, Cris para os amigos era uma jovem de cabelos longos e negros, baixa mas magra. O gosto da poesia vinha-lhe da mãe que, aos 40 anos tinha decidido estudar jornalismo. A familia tinha 2 horas semanais no canal de televisão local onde, Cris era a apresentadora, o irmão o camera-man e misturava o som, o estudio era a sala da casa onde viviam. Era uma pessoa importante na cidade. Todos a conheciam. Todos os eventos sociais a Cris era a primeira pessoa a ser convidada para ser a apresentadora. Era bonita e espirituosa, sabia falar e, cativava os ouvintes.
Nessa noite estava com um vestido de noite vermelho, que lhe acentuava as formas fisicas e declamou, declamou versos de amor, de sexo e poemas sobre a mulher. Por cada tema, mudava de vestido, deixando a assistência satisfeita e maravilhada. Declamou versos do pai e de autores Peruanos conhecidos. Enfim, uma noite de cultura na Selva Amazónica Peruana em que a poesia era entretida com música popular latino-americana.
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Era uma da manhã, a poesia acabara, a música continuava. Não lhe apetecia dançar, também não tinha com quem! O seu Kaiser continuava no carro, assustando quem se aproximava. Antes de se meter à estrada, pensou em ver se a outra estava na discoteca. Estava obsecada, sabia. Mas, tinha de saber onde ela estava!
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