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betrayed

vivi 6 anos na Selva Amazonica Peruana, este foi o livro que escrevi sobre as aventuras que passei

betrayed

vivi 6 anos na Selva Amazonica Peruana, este foi o livro que escrevi sobre as aventuras que passei

XIII - Regresso 1.f

Infiel, 15.03.08

 

 

 

 

 

Segundo os curandeiros locais, é necessário estar um mês sem relações sexuais, tomar *
Pode ser um pó ou liquido que se junta na comida ou bebida. A estas poções junta-se o trabalho do curandeiro que, em sessões espirituais pratica telepatia indicando ao receptor o que deve fazer. O resultado deve ser paixão absoluta, necessidade enorme de ter sexo e grande raiva e ira contra toda a gente que não a outra pessoa. O receptor sómente vê essa pessoa, não tem vontade de estar com outros, pode sentir febres e diarreias, mas principalmente tem raiva de todos quantos se entreponham entre os dois.
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Quem pede o serviço usa um perfume que aplica por todo o corpo e nas mãos, essa pessoa tem de se aproximar fisicamente da outra, tocando-lhe o máximo de vezes possíveis.
 Há orações e queimam-se ervas junto à fotografia ou objecto pessoal do receptor, duas vezes por dia – 6 da manhã e 6 da tarde. As sessões de espiritualismo mais fortes têm lugar às Terças e Sextas, depois das 10 da noite.
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XIII - Regresso 1.d

Infiel, 09.03.08

 

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Ele tinha ido ao Equador, para buscar o seu visto de residente e, de Quitos recebe um postal: ‘Linda cidade. Havias de gostar. Um beijo’ – postal simples e frio.
Mais tarde, no bolso de uma mala, encontra um postal todo rasgado. Junta os pedaços: ‘Tenho muitas saudades tuas, a cidade é linda. Gostava muito que estivesses aqui comigo. Amo-te muito’
O que o levou a enviar um postal tão diferente, por que preferia um comportamento frio e distante?
Eram farrapos que ela ia agarrando e aumentando para querer ter um pouco de esperança na felicidade com ele.
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O tempo passava e ela quase que tinha cara de gente.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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XII - Inverno de 97 2.h

Infiel, 02.03.08

 

 

Sentaram-se numa das mesas de madeira junto a uma janela de rede mosquiteira.
Pediram uma Inka cola, bebida açucarada com que tentavam minorar a sede.
  
- “Tu a mim não me amas, porque nenhum homem maltrata uma mulher de quem goste, como tu me maltrataste. Mas, aviso-te, tem cuidado com essa mulher, ela não é quem tu pensas que é. Ela é falsa e mentirosa”
- “Há dias em que me pergunto a mim próprio, se não a conheci para destruir a minha vida!”
- “A minha vida ela já destruiu e se não destruiu a tua só tu saberás.”
- “Diz-me o que pensas dela!” – queria a opinião de uma amiga
- “Não posso, tens de ser tu a descobrir. Só te posso dizer para teres cuidado e não confiares demasiado.”
- “Ela é boa actriz. Uma vez disse-me que estava gravida. Havias de a ver, parecia mesmo que estava a falar verdade. Mas não podia ser porque eu sabia que ela estava menstruada e eu sempre evitei. Depois começou a rir à gargalhada, a dizer que estava a brincar comigo”
- “Tentou suicidar-se?”
- “Já nem sei!”
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- “Tem cuidado! O nosso casamento é uma fantochada mas não te dá o direito de me maltratares, nem de me trocares por uma gaja qualquer. Eu vou embora, tudo o que tenho, fica contigo. Não tenho planos, nem consigo pensar direito, tou doente e tenho de me tratar, deixo-te os meus cães, cuida deles.”
- “Pois! Os teus cães! Eles também são meus e nunca os maltratei!”
- “Não me obrigues a dizer-te o que já lhes fizeste – não estava com disposição de discutir – Se quiseres ficar com essa gaja, ficas mas... aviso-te: tem muito cuidado ao decidires o que queres da tua vida e o que essa mulher pode representar nela!”
- “Achas que ela te poderá substituir? Nunca ninguém te irá substituir! As tuas coisas estão cá e serão sempre tuas. Foi só uma aventura!”
- “Uma aventura? Rica aventura!! Continua a divertir-te que fazes muito bem!”
- “Já deve estar na hora do avião”
- “Não sei mas vamos ver.”
 
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Mas o avião que, estava atrasado, aterrou e, levantou voo, sem que dessem por isso! Ainda tentou uma boleia no avião da Marinha, mas eles já não iriam voar nesse dia.
Ela tinha ligação com o voo intercontinental e as suas malas tinham partido. Telefonou para Lima, não haveria problema ir no dia seguinte e poderia identificar as malas no aeroporto.
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Voltou a casa!
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No dia seguinte os cães não a largavam, como eles sabem!, despediu-se deles e do cavalo.
Quatro horas antes do voo o marido deixou-a no aeroporto – nesse dia ela tinha de ir! – dizendo que tinha de ir confirmar o contracto com a PRONAA.  
-“Mas eu vou contigo, não ha necessidade de ficar aqui tanto tempo á espera.”
-“Não é necessário, eu já venho. E tu não saias daqui porque hoje tens mesmo de ir, as malas já estão em Lima! – sorria
 
Ficou no aeroporto onde um ano antes chorava no seu ombro com as saudades da despedida.
Quando voltou, teve a sensação de que vinha feliz, que tinha estado com a outra ou porque ela se iria embora?!
Não lhe perguntou, observava-o a mascar uma pastilha e sem um beijo virou-lhe as costas e entrou na área reservada aos passageiros.
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Com bastantes atrasos e correrias conseguiu embarcar no gigante da KLM, rumo à Holanda, onde a sua amiga a esperava.
Era o primeiro dia de voo intercontinental não fumador! Mas dormiu quase todo o caminho, coisa que nunca se tinha passado.
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Estava de novo no ar e, de volta à Europa.

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